Sejam Bem-Vindos!

Minha finalidade ao montar o blog foi criar um espaço de interação e troca de experiências. Onde nós professores possamos refletir sobre o uso das mídias na educação. Postando textos, vídeos, dicas de sites e blogs, entrevistas, jogos educacionais e muito mais.
Com o objetivo de enriquecer e diversificar o processo ensino/aprendizagem.
Participem dando sugestões e fazendo seus comentários.

sábado, 6 de setembro de 2014

Entrevista com Priscila Gonsales

Estou reinaugurando um cantinho do meu blog que considero muito especial e que estava meio esquecido. Um espaço onde convido pessoas queridas e competentes que influenciaram e influenciam minha formação como profissional da Educação e que, da mesma forma, possam auxiliar a todos os leitores do "Utilizando as Mídias na Educação"

Minha convidada dessa vez para o "Cantinho das Entrevistas" é minha amiga Priscila Gonsales.






Fellow Ashoka desde 2013, máster em Educação, Família e Tecnologia pela Universidade Pontifícia de Salamanca – Espanha, cursou Design Thinking no Centro de Inovação e Criatividade da ESPM-SP, tem pós-graduação em Gestão de Processos Comunicacionais pela ECA-USP e graduação em Jornalismo. Co-fundadora e Diretora-executiva do Instituto Educadigital, atua na área de educação e tecnologia desde 2001



Fernanda Tardin: O que são Objetos Digitais de Aprendizagem – ODAS’s?

Priscila Gonsales: São recursos educativos produzidos para uma finalidade de aprendizagem, geralmente um determinado conteúdo ou desenvolvimento de habilidades e competências cognitivas. Normalmente são disponibilizados na Internet para acesso. No site Escola Digital o educador pode fazer uma ampla busca de ODAs por tipo de mídia, disciplina, temas, dentre outros filtros. Vale destacar nesse site a opção “Para Criar” que reúne uma série de sites/ferramentas que permitem a criação pelo usuário.


Fernanda Tardin: Em sua opinião qual é o papel dos recursos digitais no processo de ensino-aprendizagem? E quais os maiores desafios da Educação na Cultura Digital?

Priscila Gonsales: Com intencionalidade pedagógica, qualquer recurso – digital ou não – pode ser utilizado no processo de ensino e de aprendizagem. Como hoje temos presente em nossa sociedade uma cultura digital, que permite a todas as pessoas criarem e compartilharem informações, conhecimento e cultura, é fundamental que consideremos aprendizagens novas e próprias dessa cultura: pesquisar e avaliar informações, colaborar e se comunicar, publicar e tornar-se autor. Professores e alunos precisam produzir mais seus próprios recursos e consumir menos recursos prontos – de editoras, de empresas de software.

Fernanda Tardin: Quais orientações você daria para os professores que querem utilizar esses recursos obtendo resultados significativos?

Priscila Gonsales: Nesse contexto, a pesquisa TIC Educação 2013 trouxe pela primeira vez um dado muito interessante sobre uso de conteúdos digitais que mostra uma tendência de conquistar autonomia na preparação de aulas e atividades.  Na rede pública, 96% dos professores usam recursos educacionais disponíveis na Internet para preparar aulas ou atividades com os alunos. Os tipos de recursos mais utilizados são imagens, figuras, ilustrações ou fotos (84%), textos (83%), questões de prova (73%) e vídeos (74%). O uso de jogos chega a 42%, apresentações prontas, 41%, e programas e softwares educacionais, 39%.
A pergunta que fica é: Será que esses recursos digitais estão sendo usados em novas metodologias e práticas ou ainda reproduzem o formato de transmissão centralizada? Um ponto que a pesquisa destaca é a baixa quantidade de publicações de recursos educacionais por professores, ou seja, profissionais que são autores de conteúdos educacionais e que compartilham na rede. Apenas 21% dos professores de escolas públicas já publicaram na Internet algum conteúdo educacional produzido para utilizar em suas aulas ou atividades com os alunos.
A orientação que eu daria é planejar. Listar os objetivos que deseja alcançar e traçar possibilidades de acompanhamento desse processo, sem esquecer detalhes como: Houve entrosamento do grupo? Aumentou a motivação e a colaboração? Se a produção escrita é parte importante do trabalho, em que momento ela pode aparecer? É possível integrar com alguma outra disciplina? E, claro, registrar e registrar.
Aprender a pesquisar, por exemplo, é uma aprendizagem muito importante, dada a quantidade de informação disponível online. É, também, fundamental aprender a avaliar um site, a comparar informações. Outra aprendizagem é o uso responsável da tecnologia e como construir uma identidade digital coerente com o que se pensa e se pratica.

Fernanda Tardin: Qual a sua opinião em relação à formação tecnológica dos professores nos dias de hoje?

Priscila Gonsales: Existe um abismo muito grande entre as faculdades de licenciatura e pedagogia e a questão do uso pedagógico das tecnologias digitais. Futuros professores precisam acompanhar ações interessantes em escolas que já estejam acontecendo. Precisam participar de eventos de tecnologia e inovação, mesmo que não estejam totalmente relacionados à educação. Buscar refletir como praticar os preceitos dos grandes educadores como Paulo Freire, Anísio Teixeira, Freinet e tantos outros, nos dias de hoje.
É preciso valorizar o professor como autor de seus projetos e materiais pedagógicos. Valorizar as trocas entre professores também é importante. Elas são muito eficazes para resolver desafios cotidianos de sala de aula. Outro ponto é estimular o uso de Recursos Educacionais Abertos (REA): vídeos, textos, jogos, sites, dentre outros que estão disponíveis online por meio de uma licença aberta, que permite a livre cópia, distribuição e adaptação conforme a demanda e o contexto da escola.

Fernanda Tardin: Fale um pouco sobre sua experiência no Instituto EducaDigital:

Priscila Gonsales: O contexto atual, não só no Brasil, mas em todo o mundo, envolve o desafio de integrar – ou mais efetivamente, impregnar – as tecnologias digitais ao currículo de forma qualitativa e trazer de fato a cultura digital para a escola e demais espaços de aprendizagem (sejam eles formais ou informais). Desafio esse que passa, em primeira instância, pela formação inicial e continuada de docentes e, simultaneamente pela incorporação de tendências que já fazem parte do cotidiano da sociedade conectada, tais como: personalização de uso, práticas colaborativas em redes digitais, adoção crescente de celulares e computadores móveis, e preferência por softwares livres e conteúdo aberto.

Desde 2010, o Instituto Educadigital tem desenvolvido estudos, pesquisas, formações e projetos focados no uso pedagógico da Internet a partir de práticas educativas inovadoras, que valorizem a atividade reflexiva, atitude crítica e a conquista da autonomia, visando o desenvolvimento pleno do ser humano.

Nossa especialidade é a concepção e o planejamento de ações e projetos de cultura digital na educação a partir de cinco áreas estratégias que se inter-relacionam de acordo com o foco do projeto ou da iniciativa a ser desenvolvida.  São elas: 

Educação Aberta – essa é a nossa causa, ou seja, acreditamos na partilha de boas ideias, conteúdos e informações que a cultura da Internet traz, marcada pela colaboração e pela interatividade. 

Design Thinking para Educadores – abordagem centrada nas pessoas que busca soluções inovadoras por meio da cocriação de ideias.
Formação e Facilitação Pedagógica – formar educadores significa estimular a autonomia, a reflexão e a troca de experiências sobre a prática docente.

Gestão e Curadoria – planejamento e execução de projetos e eventos educacionais coerentes com nossa proposta de atuação.
Comunicação em Redes e Narrativas Digitais – apoiamos outras ONGs, organizações e empresas a planejar seus processos de comunicação por meio de linguagens multimídias.

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