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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Aprendendo e ensinando a ser livres - José Manuel Moran

A pior forma de escravidão é a de sentir-nos prisioneiros de um horizonte estreito, fechado, medroso e desesperançador; sem acreditar que todos temos condições de mudar, que nossa vida pode ser muito mais interessante e que isso está ao alcance de cada um de nós. Vejo gente demais sofrendo demais por situações que podem ser superadas, mas que para elas são definitivas. Não percebem que podem levar uma vida diferente, acreditam num fatalismo imobilizador, sem chances reais de serem mais felizes e realizadas.

Sonham todos os sonhos possíveis nas novelas, mimetizam os personagens de sucesso, mas sentem-se intimamente impotentes para fazerem mudanças profundas, a não ser pela sorte ou pelo reconhecimento social (ser visto, aparecer na TV) e se contentam com “ir tocando a vida como ela é”.

Este país precisa de uma segunda libertação da escravidão: da escravidão das expectativas medíocres, de contentar-se com migalhas, de acreditar que só uns poucos privilegiados podem conseguir tudo, e de que só nos resta sonhar sonhos alheios, inalcançáveis num balão distante.

Todos podemos aprender a nos construir como pessoas mais livres, abertas, humanas, alegres. Todos podemos ser pessoas mais interessantes, realizadas e produtivas. A educação precisa focar mais, junto com a competência intelectual, a construção de pessoas cada vez mais livres, evoluídas, independentes e responsáveis socialmente. Uma educação interessante, aberta e estimulante, que descortine novos horizontes profissionais, afetivos, sociais e favoreça escolhas mais significativas em todos os campos. Uma educação que ajude as pessoas a acreditarem em si, a buscar novos caminhos pessoais e profissionais, a lutar por uma sociedade mais justa, por menos exploração, a dar confiança a crianças e jovens para que se tornem adultos realizados, afetivos, inspiradores.

Na escola que temos, aprendemos pouco e não aprendemos o principal: a sermos pessoas plenas, ricas, criativas e empreendedoras. Para isso precisamos aprender a ler, a compreender, a contar, a escolher uma profissão, mas precisamos fazê-lo de forma diferente a como o estamos fazendo até agora, insistindo na integração entre a dimensão intelectual, a emocional e a comportamental de uma forma criativa e inovadora. Vale a pena investir nas pessoas, na esperança de mudança, e oferecer-lhes instrumentos para que se sintam capazes de caminhar por si mesmas, de realizar atividades cada vez mais interessantes, complexas, desafiadoras e realizadoras. Essa é a educação que desejamos e que é plenamente viável.

Além de uma escola diferente, é importante realizar ações de educação continuada de todos, principalmente dos marginalizados, para que encontrem sentido nas suas vidas e motivação para querer sair de onde estão. A educação não acontece só na sala de aula, mas em todos os momentos e com todas as pessoas, na interação cotidiana, na forma como olhamos, conversamos, falamos, ouvimos, agimos.

Os educadores nos sentimos meio perdidos e descrentes, diante de tantos desafios e condições profissionais pouco dignas. Se formos pessoas amadurecidas, equilibradas e otimistas nossos alunos encontrarão em nós motivos para também acreditarem em si, para avançar mais, para serem melhores.

Agora é o momento de enxergar possibilidades imensas de mudança que se abrem a nossa frente. Vale a pena mudar, aprender de verdade, ajudar a quem está começando ou com mais dificuldades. Só assim construiremos um país melhor, como é o desejo profundo da grande maioria das pessoas.

José Manuel Moran
Especialista em mudanças na educação presencial e a distância

4 comentários:

  1. Olá Fernanda.
    Sempre é muito bom ler os textos do Moran, ele consegue escrever o que passa nos nossos pensamentos e não conseguimos expressar, adorei.
    Aprendizes do "Beija-Flor".

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  2. Estes dias postei em meu blog, um texto que fala sobre se me restasse uma aula, o que poderia ser feito.
    Nele revelo um pouco do que esta mensagem fala.
    É preciso que passemos a ensinar coisas úteis, a falar sobre esperança, a ensinar o afeto e o cuidado com a vida, para construirmos de modo coletivo um País melhor.

    Muito bacana este teu espaço.

    Voltarei outras vezes.

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  3. Olá, Fernanda!
    Passando para te agradecer pelo comentário no Bolg Aprendizes do Beija-Flor". A Matemática é vista por nossos alunos quase como uma aprendizagem inatingível. Já está na hora de começarmos a usar a tecnologia a nosso favor. Muitos jogos disponíveis na web podem ser utilizados como instrumento para desenvolver o raciocínio lógico e facilitar a aprendizagem. E é isso que tento compartilhar com meus alunos e futuros educadores.

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  4. Bom Dia! Fernanda.
    Que texto expressivo e maravilhoso do Moran, é por aí, que poderemos chegar lá, aprendendo a nos amar e acreditar em nosso potencial. Assim que posso,ejo um pouquinho o seu blog,e sempre me encontro nas suas postagens.
    Abraços Leila

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